Você não está sozinho.

E alguém, em algum lugar, pensa como você e vivencia uma experiência parecida.

Rodrigo Noll

Maior Especialista em Marketing e Vendas Por Indicação (Referral Marketing) do Brasil, já gerou mais de R$ 25 Milhões para seus mentorados e clientes criando programas de indicação que incentivam os clientes atuais de uma empresa a indicar seus amigos sem precisar dar descontos nem investir mais em anúncios. Fundador da Base Viral, a primeira empresa especialista em Programas de Indicação no Brasil. Especialista em Estratégia Empresarial Disruptiva pela HARVARD e empreendedorismo pela BABSON College. Criador do Método Vendas Por Indicação e idealizador do conceito da 4 Força de Tráfego. Já escalou o Kilimanjaro e foi ao Everest Base Camp.


- Qual foi o seu primeiro pensamento quando ouviu sobre Coronavírus? Você imaginou que tomaria tamanha proporção e que os impactos seriam mundiais?

Meu primeiro pensamento foi o pensamento de todo mundo, isso aí não vai dar nada, isso aí é lá na China, no máximo na Europa. Opa, chegou no Irã. Primeiro caso em São Paulo. A gente estava despreocupado no início de tudo, quando as coisas já estavam acontecendo. Essa foi a primeira fase.

A segunda fase foi quando realmente percebemos que isso chegaria até a gente, não era algo pequeno. E nesse momento eu já comecei a ficar atento, não com as notícias, mas com o movimento do mercado.  O que as empresas e os empresários estavam fazendo lá fora, para me antecipar do que poderia acontecer aqui dentro.

Terceiro movimento foi quando a gente teve efetivamente a quarentena, nesse momento a minha atitude foi imediatamente me aproximar dos meus clientes. O meu trabalho é ajudar empreendedores a ter mais qualidade de vida, crescendo suas vendas e melhorando seus processos de gestão. E não faria nenhum sentido eu trabalhar com isso e nesse momento não aumentar minha disponibilidade para eles.

Além de ter tomado todas as atitudes básicas de gestão na minha empresa também. Proteção de caixa, proteção de funcionários e assim por diante.

E hoje o meu pensamento é o da retomada. Imediatamente depois que eu entendi que aquilo era algo grave, eu já comecei a pensar em como fazer para atuar nesse novo mercado. 


- Como e quando você se sentiu impactado pela situação (direta ou indiretamente)?

Eu me senti impactado quando a gente precisou renegociar alguns contratos com clientes, inicialmente eu achei que ia ser bastante ruim.

Em um segundo momento, tudo isso mudou. Porque muitos empreendedores e empresários perceberam que só cortar os seus custos não era o suficiente, porque ninguém sabe exatamente o quanto isso vai durar. E no momento que as empresas entenderam que elas precisavam vender mesmo numa situação como essa, foi o momento que nossa empresa foi beneficiada. Basicamente, a gente trabalha com um canal de aquisição alternativo.


- Como você se adaptou e reinventou sua profissão para enfrentar os dias de isolamento?

Basicamente eu sempre trabalhei de casa, meu time também é todo remoto. Eu tenho gente trabalhando no Brasil inteiro. Então a rotina não foi muito impactante. O que eu mais sinto falta, sinceramente, é do meu Cross Fit fechado. Para mim cuidar da minha saúde é como um ritual, uma rotina diária.


- O cenário atual te gerou oportunidades? Quais?

Eu sou fundador da Base Viral, a primeira empresa do Brasil especializada em programas de indicação. E programas de indicação ou boca a boca 2.0 representam uma forma alternativa de vender, utilizando seus clientes atuais, que é algo que toda empresa tem.


- Na sua percepção, o que pode ser visto de bom neste cenário?

Uma crise sempre trás muitos ensinamentos. E a crise que a gente tá vivendo é sem precedentes, então os aprendizados acontecem no dia a dia. A primeira coisa de bom que esse cenário trouxe é que o brasileiro elevou seu nível de consciência sobre a importância de cuidar da sua saúde, sobre a importância de cuidar da sua organização financeira. O empresário autônomo, ou médio também, entendeu a importância de ter uma gestão de fluxo de caixa.

Outra coisa positiva é que as pessoas dão valor para as coisas quando elas faltam e como a gente está em falta de contato humano, eu acho que a gente entendeu agora o quão importante isso é, o quanto a gente tem que valorizar isso na nossa rotina.

Outra coisa que eu acho que pode ser considerada boa na pandemia é que, querendo ou não, a gente está dando um break pro Planeta Terra, na poluição. A gente está vendo várias coisas se regenerando, várias espécies de animais reaparecendo, ambientes vegetais reaparecendo.

É difícil dizer bom, porque tem muita gente sofrendo neste momento, mas eu prefiro sempre olhar o ponto positivo das coisas.

<p><span>Você não está sozinho.</span></p> E alguém, em algum lugar, pensa como você e vivencia uma experiência parecida.

- De que forma você acredita que pode influenciar as pessoas a sua volta (e seguidores) a lidar com as mudanças que ocorreram nas últimas semanas?

O meu trabalho é esse. Há muitos anos eu já trabalho com educação. Eu acho que todos que trabalham com educação, e principalmente nesse mundo atual que a gente vive – digital – onde a gente acaba se tornando um influenciador, todo professor, todo especialista acaba se tornando um influenciador nas suas redes. A gente tem um impacto altíssimo na vida das pessoas. Então as vezes uma recomendação de ação, com vendas e marketing, que é com o que eu trabalho, pode fazer toda a diferença pro futuro de uma empresa.

Desde o início eu já percebi que ficar parado não ia ser o suficiente, eu precisava tomar a liderança nesse momento. Tomar a frente realmente, e foi o que eu fiz, de fazer os movimentos básicos de gestão da nossa empresa.

A gente foi pra cima do mercado, puxando a liderança com o movimento #retomada. Eu fiz lives diárias por muito tempo, convidei muitas pessoas, tentei ouvir os mais variados segmentos do mercado para saber pra que lado cada um estava indo. E eu fiz isso para coletar dados e compartilhar com os meus seguidores e com a minha audiência. Eu recebi inúmeras mensagens de pessoas me apoiando e agradecendo, então eu acho que o mínimo que eu poderia ter feito era isso.


- Quais foram as grandes mudanças que o mundo e o consumidor estão vivendo neste momento?

A gente está passando por um momento de extrema transformação, tanto para empresas, quanto pessoas. Eu acho que a gente tá vivendo 10 anos de digitalização em 10 semanas, então os consumidores, sem dúvidas mudaram os seus critérios de consumo, mudaram as suas formas de comprar, as empresas mudaram as suas formas de trabalhar, então a gente precisa se adaptar para esse novo mundo.

Eu acho que nesse momento o que mais precisamos fazer é estar atento do que está acontecendo agora e para onde as coisas estão indo. Ninguém sabe de onde a próxima grande ideia pode vir. Então esse é o momento de ficar focado no presente, com os olhos e ouvidos muito abertos e prontos para agir rápido com os sinais que o ambiente dá.


- Você acredita que os novos hábitos empresariais que foram adotados, como chamadas de vídeo, irão passar a fazer parte do cotidiano das empresas?

Com certeza absoluta. Afinal de contas empresas que não se digitalizarem depois disso, provavelmente não vão durar. A gente já sabia disso, mas agora é um movimento que está muito mais acelerado. Eu como empresário, por exemplo, nosso negócio sempre foi digital, mas se eu tivesse um custo, um escritório, e agora trabalhando de casa, muito melhor.

Muitos reportaram que os funcionários estão até mais produtivos, os custos estão mais baixos, voltar pro modelo antigo não faz sentido. No máximo, um mix entre os dois modelos vai precisar acontecer. Eu com certeza acho que novos hábitos vão precisar ser adotados porque não vai fazer simplesmente sentido eles não serem adotados, e todo empreendedor busca produtividade e eficiência, esse é o conceito básico de ter um negócio.


- Qual você acredita que seria uma grande sacada para músicos e segmento de entretenimento de forma geral se reinventar?

A gente já tá vendo vários movimentos. Primeiro foram os movimentos das lives, dos sertanejos, depois todo mundo entrou nessa. Estamos vendo grandes movimentos em eventos empresariais muito interessantes acontecendo, experiências digitais completas sendo criadas. E eu acho que isso veio e veio para ficar. As pessoas estão aprendendo a lidar com isso ainda, mas eu acho que mesmo que a gente volte a um a "normalidade", isso não vai acabar.

Por exemplo, eventos presenciais tendem a ser complementados com experiências digitais prévias principalmente, e póstumas também, porque não né. Hoje a gente vai em um evento grande, e chega lá meio perdido, não sabe muito bem o que vai acontecer, quem vai falar, quem vai encontrar.

Porque não na semana anterior, fazer uma prévia digital desse evento, para você conhecer as pessoas. Depois dos eventos, porque não continuar eles em ambiente digital. Eu acho que isso vai ser uma tônica muito grande para esse segmento nos próximos anos.


- Dentro das ferramentas que você apresenta para os seus mentorados, qual você acha a mais valiosa para mudar o mindset deles?

Existe dinheiro dentro da sua empresa que você não está coletando, esse é o mindset mais importante de todos. A gente tem um problema no Brasil que é uma herança do passado, onde vender mais significava fazer mais volume.

Existem diversas alavancas de vendas de crescimento que podem ser utilizadas, utilizando ativos que você já tem com seus clientes atuais, como por exemplo, fazer indicação, o famoso boca a boca 2.0. Outra coisa, vender mais para o mesmo cliente, aumentando o ticket. Ou vender produtos complementares, existe muito dinheiro dentro das empresas que os empreendedores não estão coletando.


- Você acredita que as estratégias do marketing por indicação têm recursos para criar oportunidades em cenários de instabilidade como o atual, ou é necessário atrelá-lo a outros segmentos do marketing?

O Sebrae elencou essa estratégia como a top 1 tendência mais importante para o ano de 2020, realmente esse foi um movimento que eu comecei sozinho 5 anos atrás aqui no Brasil, depois de identificar que a empresa que eu trabalhava, quando era diretor de marketing e vendas, já vendia muito por indicação, mas que a gente nunca tinha feito nada para incentivar isso.

E é o que acontece com 99% das empresas no Brasil. Os empreendedores já vendem por indicação, no velho boca a boca, o problema é que esse boca a boca é orgânico e não pode ser controlado, então você não pode deixar algo que você não pode controlar comandar o crescimento do seu negócio, não pode depender da sorte. Se você já vende por indicação e não tem um programa de indicação, você está ativo e você está deixando dinheiro na mesa.

<p><span>Você não está sozinho.</span></p> E alguém, em algum lugar, pensa como você e vivencia uma experiência parecida.
<p><span>Você não está sozinho.</span></p> E alguém, em algum lugar, pensa como você e vivencia uma experiência parecida.

- Qual sua principal dica para que as pessoas mantenham o foco e organização, mesmo em home office?

Tentar manter a rotina o mais semelhante possível à como ela era antes, horários, alimentação, sono, exercício físico. Tentar manter isso inalterado. Claro que é difícil, claro que mudou o ambiente e sempre que muda o ambiente surgem novos gatilhos pra gente sair da rotina, daqui a pouco come diferente, pula o exercício físico.

Minha dica seria tentar, principalmente cuidar da rotina, sempre lembrando que disciplina liberta, ou seja, quanto mais disciplina a gente tem, mais coisas a gente realiza, e quanto mais coisas a gente realiza, mais coisas que a gente quer fazer, a gente pode fazer, portanto disciplina liberta.

E cuidar da nossa cabeça nesse momento é muito importante, os casos de ansiedade, de depressão aumentaram muito nessa fase, estar ciente que isso pode acontecer é extremamente relevante para o momento.


- No que diz respeito a marketing e empreendedorismo, o que você acredita que seja fundamental ser dito neste momento? O que ainda não foi falado e que é importante que as pessoas saibam?

O que é importante nesse momento, e na verdade sempre foi importante, é ouvir as pessoas. Ouvir os clientes. No passado, as empresas que tinham mais sucesso eram as que tinham os melhores produtos. Hoje o mundo não funciona mais dessa forma, o mundo é orientado a pessoas, a clientes, quem domina o mercado são aquelas pessoas que conseguem conquistar e reter mais a atenção das pessoas.

Atenção é o maior ativo disponível hoje. Ele é muito escasso e quem tem isso tem muito poder. E a única forma de conseguir isso é estando muito próximo do seu cliente. Óbvio que ter um produto de qualidade é o responsável por tem um negócio longevo, mas o crescimento, o aumento de vendas, ele vem com a atenção.

Para fazer isso você tem que estar sempre conversando com o cliente, sabendo o que ele quer, ouvindo os seus problemas, o que tira o sono dele a noite, fazendo esse tipo de pergunta e adaptando sua comunicação ao seu produto.


Contatos do entrevistado: 

www.rodrigonoll.com.br

@rodrigonoll